TV Câmara discute referendo do desarmamento

A pergunta do referendo marcado para o dia 23 de outubro é direta: o comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil? A resposta divide opiniões, as campanhas do sim (a favor do fim da comercialização) e do não (contra a proibição) estão nas rádios e nas TVs. Pensando nisso a TV Câmara vai promover debates com o objetivo de esclarecer os prós e contras e o que pode mudar na vida da população depois do plebiscito.Para dar início a esses debates, o Programa Cidade em Debate desta segunda-feira, discutiu com o professor, Luiz Antônio Simões e o coronel da reserva, José Leandro Jaber, esse assunto.
O Brasil pode se tornar o primeiro país da América Latina a proibir a venda de armas de fogo. Caso o sim seja a resposta da maioria, o comércio desses produtos ficará proibido. Se o não ganhar, a comercialização continuará permitida, mas permanecerão em vigor todas as restrições ao porte e à compra de armas de fogo previstas no Estatuto do Desarmamento de dezembro de 2003, como comprovar aptidão psicológica para o uso, justificar a necessidade da arma e não estar respondendo inquérito ou processo criminal. “Há uma série de pré-requisitos para se ter o porte de armas no Brasil, como por exemplo, um curso para saber atirar. Há também várias taxas e o custo da arma de fogo. Hoje em dia se gasta cerca de R$ 8 mil para se ter uma arma em casa”, diz o coronel, José Leandro Jaber.
De acordo com o coronel, muito se fala das armas, mas pouco se discute sobre as munições. “Com a proibição as pessoas de bem, que possuem armas dentro da lei não poderão adquirir munições, as armas ficarão como objeto de decoração”.Os números disponíveis mostram que por causa das armas de fogo um brasileiro morre a cada 12 minutos totalizando 108 mortes por dia. Sabe-se que durante todo o ano passado 7.219 armas de fogo foram legalmente vendidas em todo o País. Mas o Ministério da Justiça calcula que 30 mil armas estejam entrando clandestinamente, por contrabando. De uma forma ou de outra, 60% dos assassinatos acontecem em decorrência do comércio ilegal de drogas. “Desde pequenos começa a se falar em matar, no futebol se fala em matador, mata-mata, a globo coloca no ar em plena época do referendo a novela Bang Bang, onde só tem tiro. Onde fica a cultura de paz? Só foi possível esse referendo porque vivemos em um país que tem democracia se tivéssemos na ditadura não teria”, afirma o professor Luiz Antônio Simões. (NE)
Foto: Natália Espanholi
Legenda: Coronel Jaber e o professor Simões expõem suas opiniões sobre o desarmamento
Data:10/10/2005 TV Câmara


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