Birigüi enfrenta furtos em cemitérios

Desde o início do ano, o furto de vasos e placas de bronze preocupa a administração dos Cemitérios da Saudade e da Consolação, em Birigüi. Segundo o encarregado do setor de cemitérios da cidade, Arnaldo Ângelo Ferreira, as ações têm ocorrido cada vez com mais freqüência. "Até hoje podemos dizer que foram cerca de 80 furtos nos dois cemitérios de Birigüi", afirmou.
Para Ferreira, não só os furtos, mas a depredação de túmulos é um problema. "Nós já chegamos a pegar pessoas dentro da Consolação fazendo rituais de macumba e depredando o patrimônio", disse.
A última grande ocorrência de furto ocorreu pouco antes do Dia das Mães no Cemitério da Saudade, o mais antigo do município. "Aqui sempre acontece e tem aumentado bastante nos últimos tempos. Só nos meses de abril e maio, foram levados cerca de 36 vasos de bronze maciço das sepulturas", afirmou Antônio Marcos dos Santos, um dos responsáveis pela manutenção de túmulos. Segundo ele, o furto de placas também ocorre, mas em menor escala.
As famílias dos mortos se revoltam, mas não chegam a registrar boletins de ocorrência. "É horrível quando isso acontece porque você vai lá, arruma com tanto carinho e vem um marginal desse e acaba com tudo. É revoltante essa situação", disse a aposentada Ambrozina Costa Pavão, dona de um dos túmulos furtados. Ela pede providências por parte da polícia. "Eles tinham que pegar é quem compra esse tipo de material; aí, sim, isso ia acabar."
De acordo Sueli Frigério, de uma loja especializada nesse tipo de material, um vaso de cinco a seis quilos custa cerca de R$ 280. As placas podem variar de R$ 70 a R$ 450 - como Bíblia e placas maiores. "Esse tipo de furto acaba atingindo até quem não tem nada a ver com a história. O movimento diminui e nós deixamos de ganhar dinheiro porque as peças de bronze são mais caras que as de inox", disse Sueli.
O administrador dos cemitérios afirmou que instrui as famílias a colocarem objetos de mármore. "Pedimos para que elas não coloquem peças de bronze para evitar dor de cabeça", disse Ferreira.
Para a polícia, esse número de furtos é uma surpresa. "Nós ficamos sabendo, mas não de tantos assim", disse o delegado José Luiz de Lima. "Temos fiscalizado ferros-velhos, desmanches, mas não encontramos nada; e fundições não existem em Birigüi."
A Polícia Militar e a Guarda Municipal informaram que as rondas são feitas com freqüência nos locais. "A PM é responsável pelas rondas externas e as faz, mas fica complicado ver alguma coisa porque o cemitério da Consolação é enorme e fica fácil de as pessoas se esconderem lá dentro", disse o tenente Manoel Alves Guimarães.
A Guarda Municipal afirmou que faz o patrulhamento no local e tem uma chave do portão para patrulhamento dentro do cemitério da Consolação. "No Saudade, é fácil porque o muro é baixo e conseguimos ver, mas no Consolação chegamos até a entrar no cemitério para fazer a ronda", disse o secretário executivo da Guarda, Milton Roberto Pereira.
De acordo com a Polícia Civil, foram registrados de janeiro a maio deste ano na cidade 804 furtos de diversos tipos, número semelhante ao mesmo período do ano passado.
A polícia pede que os familiares registrem boletins de ocorrência para que a polícia tenha subsídios para averiguar os casos e inibir esse tipo de ação. "O ideal é que todos registrem boletins de ocorrência, primeiro porque assim podemos identificar as famílias e a especificação do objeto", disse o delegado.
De acordo com a polícia, não é possível resolver o problema se não há dados e informações para investigação. "Se nós não sabemos onde, quando e com que freqüência isso ocorre, fica complicado", disse. "É importante sabermos também que tipo de material é furtado para que possamos saber se há receptadores."
Fonte: Folha da Região
Data: 17/06/2007
Foto: Natália Espanholi


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